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quinta-feira, maio 18, 2006

Pianíssimo



Tô que tô no post... tenho que ser rápida por que dentro de minutos a mãe que morre no começo da história tem que ir buscar a criança ( tô com uma antipatia...) no jazz, depois dar lanche ( acreditam?), ouvir tudo que aconteceu na escola hoje, dar palpites, ver os deveres, deixar ficar no msn até 10.30 , etc , etc...

Sempre escrevo histórias contando meu amores e minhas paixões. Elas vem de repente, quando eu penso que tudo esta tranquilo. Elas me invadem. Algumas maiores, mais longas, outras curtinhas, mas sempre, todas bem vividas...

Então, tem um texto que eu gosto, escrito quando estava com um violoncelista chamado Caio. Depois ficamos amigos... tem tempão que não vejo ele.



Sonatinha para um tocador de violoncelo
Una fermata.
Eu paro. De repente, qualquer movimento é som.
então eu paro.
Tempo.Quanto tempo eu tenho?
Quero que marque o compasso de todos os amores, todas as loucuras, até chegar no sol maior.
Meu galope é solto.
Meu corpo musical vai e vem , umidecido, prazer da criação.
Nunca sei qual nota vai tocar
Canção.
Outra fermata. Breve. É finito.
Escuta...vou dizer...pianíssimo..
Vale a procura.
Segurar a mão.
Fazer um trato, terno.
Dar um beijo.
O tempo.
Acompanha a batuta. Quanto tempo tenho?
Tenho tempo para todas as loucuras, para todos os amores, para tocar até lá..
( marília/BH / 1983)

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